Dramaturgia – Origem

05:36 Johnny Kagyn 0 Comments


Desde tempos imemoriais as pessoas têm que lidar com seus conflitos. Oficialmente nasceu na Grécia uma forma eficiente para aliviar as pessoas de suas angústias, o teatro.
O teatro servia ao estado grego como um moderador, através dele o estado difundia a idéia de “bem geral da polis¹*”. Este moderador funcionava também como elemento de purificação, pois através do testemunho das ações e erros das personagens em cena o espectador identificava-se com as situações vividas pelas personagens, e assim sendo (em teoria), evitava reproduzir os mesmos comportamentos na vida real. O espectador “vive” o erro na ficção para não reproduzi-lo na realidade.
Através dos séculos o teatro foi usado como “moderador” e “purificador” para diversos interesses (estado grego, igreja católica, etc.).
Portanto, a essência da dramaturgia é instruir e purificar.
Instruir: comunicar uma idéia e/ou conceito para o espectador. Esta instrução geralmente não é didática, ou seja, ao invés de aprender pela via da razão o espectador é levado a incorporar/apreender um conceito através da emoção da experiência.
Purificar: através da experiência o espectador “purga”, ou limpa, seus desejos e medos. Esta limpeza, via de regra, acontece de forma inconsciente.
¹*Conceito que determina que todas as ações dos cidadãos devem ser feitas em prol da polis, a cidade, e de que nunca os cidadãos deveriam colocar seus interesses particulares ou familiares acima dos interesses coletivos.

Por que dramaturgia não é literatura?
Perceba que a dramaturgia está fundamentalmente calcada na experiência. A dramaturgia é feita para “acontecer” frente ao espectador. Isto é algo fundamental para futuramente entender o conceito de “ação” na dramaturgia.